terça-feira, 23 de novembro de 2021

Desandada

 

Eis que, do nada, perto das 23:30 Clarice acorda à noite chorando e reclamando. Fui acudi-la e percebi que estava quente. Peguei o termômetro e, batata, estava com febre. Fazia uns 4 anos que ela não tinha nada, nem um resfriado (bate na madeira). Coloquei ela na minha cama e ficamos lá, nós quatro - porque a Amora não saiu da cama e ainda fez questão de se espreguiçar para garantir seu espaço. Foram quase 24 horas de febre. E da mesma forma que apareceu a febre, ela se foi assim, puf, do nada. Alívio.  

Essas 24 horas foram suficientes para dar uma cambalhota na vida e uma rasteira nos planos. Foi um “soco” tão forte que fizeram vários pratinhos da vida equilibrada e engatilhada caírem. Rolou o dia todo de pijama e de televisão. Macarrão para o almoço que aconteceu no sofá. Cochilada na sala. Mais doce do que devia. 





Essas coisas acontecem realmente para vermos que não temos controle de absolutamente nada e sim uma falsa sensação de controle. E que mesmo nas adversidades nós conseguimos ter forças para fazer o que deve ser feito - as prioridades, relaxar com aquilo que não é tão importante assim e deixar para lá.

As sujeiras dos pratos que caíram serão limpas aos poucos. Com a rotina se estabelecendo devagarinho, passo a passo. Como diz Roberta Ferec “A vida vai continuar desandando. Mas  a maneira como lidamos com tudo isso é que vai fazer dos percalços uma experiência de tormenta ou um aprendizado.” 


Texto: Maria Fernanda Garcia

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